A caminho do Huambo

Fui novamente ao Huambo a trabalho. Desta vez sozinho. A viagem em si, apesar de cansativa, faz-se muito bem. A estrada é de uma via para lá e outra para cá mas, é larga e está bem asfaltada (os chineses até trabalharam bem, LOL). No caminho, que agora pude apreciar com mais calma porque vim á velocidade que quis, a paisagem é, na maior parte do tempo, magnifica. Desde as montanhas majestosas cheias de verde que se  erguem ao longe, às planícies de savana que se vêm pelo caminho.

Os inúmeros ninhos de termitas (este que vos coloco aqui tem mais de 2M de altura. As pequenas aldeias erguidas junto às plantações. As diferentes áreas de plantação que se vão passando, marcadas pelas respectivas quitandeiras a vender os seus produtos na beira da estrada. Paramos o carro e vêm logo umas três ou quatro ter connosco para vender. Temos de perceber que a maior parte deste povo, vive do que colhe e do pouco gado que possui e daquilo que caça, todo o dinheirinho que conseguem à parte é valioso para comprar aquilo que a terra não pode dar. Mas a vida, para eles, é decerto muito dura e cheia de privações. Daqui de Benguela até ao Huambo, passamos por varias terras que já tive oportunidade de falar e até lá a paisagem vai alternando consoante aquilo que plantam. Ao chegar a Bocoio passa-mos por umas áreas ricas em Maboque e Luengo, dois frutos típicos daqui.

O Luengo faz um doce espetacular e o Maboque, nem sei como vos descrever o sabor. Será uma espécie de sabor citrino misturado com aroma tropical. Mas é uma delicia, tem é uma casca que mais parece madeira maciça e para a partir tem de ser à martelada. Depois por dentro tem uma polpa acastanhada cheia de sabor com uns carocitos que se deitam fora.



Mamoeiro

Depois passa-se pela zona do Ananás (Monte Belo) O ananás aqui, além de ser delicioso e doce é bem mais barato (cinco ananases 500KZ = 4,2€). Depois vêm zonas ricas em mamão e mangas e por fim, até chegar ao Alto do Hama, temos uma variedade de legumes que podemos comprar aos agricultores directamente e, no fundo, ajudar quem precisa mais. Desde batata rena, cebola, feijão, alho, cenoura, couve etc. Acabadas de apanhar.



Campo de ananas

Outra coisa boa que o caminho tem é a flora que se encontra. Fauna vemos pouco. Um ocasional falcão ou corvo ou uma cobra na beira da estrada, apesar de haver imensas zonas de capim alto e, podermos fantasiar como seria giro haver uns leões por ali (é o tipo de paisagem que vemos no National Geographic). Mas à falta disso, vemos árvores de  todas as cores, desde verdes luxuriantes a vermelhos vivos.

Vemos as plantações e vales enormes no meio das montanhas.





Maboque





Maboques

Maboqueiro



Enfim um espetaculo de natureza numa terra de cor vermelha que ao que parece e me dizem, é das mais férteis para o cultivo de seja aquilo que for. Tudo nasce e tudo se dá nesta terra dizem eles e eu acredito.