Cores, cheiros e sabores

Mais umas iguarias que por aqui aparecem.

 Primeiro estas bananas vermelhas. Não que seja grande apreciador de banana mas, tinha de provar. O sabor não é muito diferente das outras mas no entanto, são bem boas.

Depois fui uma manha à Baía Azul com uns amigos e depois de irmos a umas zonas rochosas para caminhar, aproveitámos para apanhar uma sacada de caracóis do mar para fazer um petisco mais tarde.

É engraçado que o pessoal por aqui não liga a estas iguarias. Talvez não conheçam. Melhor para nós. Assim podemos de quinze em quinze dias ir apanhar uns 2 quilitos para depois acompanhar com uma Cuca fresquinha.
Sempre é melhor que tremoços. Que acham?

Se alguém souber uma receita boa para os fazer que diga .


Já há uns tempos que não escrevia nada por aqui. Primeiro devo dizer que agora, já gosto de bananas. Mas nem todas. Até agora só estas mesmo que acho que vêm do Huambo e são pequenitas. O sabor (além do óbvio) tem qualquer coisa de citrino que não sei bem explicar e a textura, nada tem a ver com o que se come por aí. São mais "emborrachadas". Nem sei bem explicar. São óptimas.
Depois finalmente lá apanhei uma zungueira com maracujás para matar saudades e nas compras, fui aos legumes e dei com estes pimentos que são uma delicia e vêm com diferentes cores e formas. Nota-se que não são produzidos em serie, em estufas em que todos saem com o mesmo tamanho, formato e sem sabor. Depois experimentei massaroca cozida, barrada com um bocadinho de manteiga. HMMMM!


Não podia deixar de postar aqui o meu petisco do jantar. Um zungueirito que me apareceu na loja a vender umas ameijoas com um aspecto maravilhoso convenceu-me a fazer umas ameijoas à bolhão pato. Falhou apenas o facto de não ter tido tempo de comprar coentros. Mas enfim, com o verde fresquinho e umas ameijoas de meter inveja aos melhores restaurantes de marisco em Portugal, lá nos sentámos a ver o Benfica e a comer. Estavam óptimas e, confesso, tivemos mais olhos que barriga. Sobraram muitas. Eram uns três quilos que nos custaram cerca de 4 euros (500 KZ). Caríssimo não acham?

Enfim, são os sacrifícios de estar aqui...

O sumo de Caju é óptimo

Bem, começo por dizer que, não, não estou mais gordo. Queria só fazer aqui este acrescento para que os meus visitantes, apesar de não poderem sentir o aroma, se possam roer de inveja com este prato que me fizeram hoje ao almoço. Chamam-lhe Mufete. Passo a explicar. Trata-se de um peixe grelhado, acompanhado com feijão com óleo de Dendem, Suma ti (feito com tomate, cebola e pimento), Banana pão cozida, Batata doce cozida e Mandioca cozida. Tudo isto devia ter acompanhado com um bom vinho mas como não tinha bebi um sumo de Caju que, vos garanto, é uma delicia.

Feijão com Óleo de Dendem

Batata doce, Mandioca e Banana pão

Imagino que a minha querida esposa deva estar a salivar em antecipação porque ela adora isto. Quanto ao resto de vocês, convido-os a experimentar. Os meus amigos Angolanos que já experimentaram deveriam fazê-lo cá. Que vos posso dizer? É como comer comida chinesa com garfo ou uma sardinha sem as mãos e o pão. Sabe melhor dessa maneira como estes pratos sabem melhor aqui.

Mufete

Abraço a todos

Só um pequeno acrescento para vos deixar com água na boca. Comprei esta trança no café Tropical ao pé do meu trabalho. Devo vos dizer que, nada tem a ver com o que se come em Portugal. É uma delicia. Quem tem coragem para cá vir experimentar?

Só para fazer inveja a alguns com um bolo que a minha empregada de casa me fez para eu mordiscar no fim de semana. Um bolo de chocolate que está uma maravilha. O melhor é que é feito com ovos caseiros (aqui nem tenho de outros). O resultado é muito bom e não se preocupem os chegados que, apesar destas iguarias todas, o peso continua o mesmo hehehe!

Ontem, fui ao Ferro-Velho jantar. Fui lá ver o meu amigo Areias e apetecia-me um peixinho grelhado. " Epá temos Robalinhos frescos e Liguados que acabei de comprar". Fiquei-me pelo linguado. Quando o empregado me trouxe a travessa para a mesa com um animal com quase 50cm e da grossura de um dedo, fiquei banzado. O peixe aqui em Benguela, é uma DELICIA. E a nivel de tamanho, pouco tem a ver com o que nos habituámos em Portugal. Claro que isto depende do restaurante a que se vá e o peixe que se escolhe, mas aqui, é uma constante. Belo jantar.

 Uma das coisas que aqui como bastante com enorme satisfação, devo dizer, é feijão com óleo de palma. Bem sei que se pode comprar óleo de palma em Portugal mas, aqui, acompanhado com uma bananinha frita, um peixinho e até, porque não com um pouco de funge de fuba de bombom (mandioca), a coisa tem outro paladar. O dendém é o fruto da palmeira de Dendém. Daí é que eles extraem o óleo e fazem o azeite de dendém ou como nós o conhecemos o óleo de palma.

 E, meus amigos, há comidas que feitas com o dendém, são de chorar por mais. Já agora com um pouco de Jindungo para libertar essas endorfinas. Experimentem.

 É impossível não gostar de maracujá. Bem sei que muita gente não aprecia o fruto mas, de uma maneira ou de outra, com o gosto, o nariz ou com os olhos, acho impossível ficar passivo a esta dádiva da natureza. Desde o fruto em si que, ao que sei agora, tem varias qualidades, como o Roxo (mais comum em Portugal), o Amarelo, Maracujá Banana, Maracujá melão, Maracujá limão.

À parte disso tem a folha tem propriedades sedativas que ajudam a superar a ansiedade. É bom para emagrecer e é também considerado um calmante natural. Para além de tudo isto tem uma das flores mais bonitas da natureza. Não admira que os ingleses lhe chamem Passion Fruit (Fruta paixão).

 

Cahombo

Jindungo seco

 Existe algo incontornável para qualquer Angolano (para qualquer pessoa ligada a África, arrisco a dizer). O Gindungo. Como diz um amigo meu Angolano: "punha disto no pudim senão parecesse mal". Existem dois tipos de Gindungo (ou Jidungo, nome pelo qual é conhecido em Angola): o piri piri ou malagueta. O Gindungo Cahombo, que é um bago mais redondo, de sabor mais agradável e cheiro mais característico, mas com um tempo de conservação menor. . Deixo-vos aqui uma receita para aqueles que não o saibam fazer porque, apesar disto não ter grande segredo é sempre bom saber o que fazer. Escusado será dizer que, a "potência" do produto vai depender da qualidade do Gindungo empregue e do tempo que o deixarem a "fermentar".

Gindungo Angolano

Ingredientes:

    Gindungo: q.b.
    Azeite: q.b.
    Whisky: q.b.
    Folha de louro: q.b.

Preparação

Retira os pés aos bagos e esmaga muito bem num almofariz. Coloca a pasta obtida dentro de um frasco e por cada dedo de altura da pasta coloca um dedo de whisky de boa qualidade. Junta ainda azeite virgem de baixa acidez em metade da quantidade que acrescentaste de whisky. Podes ainda juntar uma folha de louro (dá um sabor bom). Agita tudo muito bem e está pronto a consumir. Para obter um sabor mais forte e picante podes deixar a ganhar tempero no frasco por alguns meses. Não esquecendo de agitar com alguma frequência.

Cuidado com o que abusam. Depois não há quem os ature.

Se há coisa que dou valor na vida, é viajar. Conhecer novos lugares e lá viver e sentir os sabores, os cheiros e as cores que nos fazem enriquecer.

Aqui no Huambo vejo muita coisa que não estou habituado. Como por exemplo: ter duas bananeiras enormes no quintal e um enorme abacateiro em plena via pública, que, segundo o meu amigo João este ano fartou-se de comer abacates de lá.

Comi hoje uma refeição que adorei. O tradicional Funge de mandioca; Tortulho que é uns cogumelos que se compram secos e que a D. Emília fez com um molho delicioso e com umas tiras grelhadas de carne de vaca. Uma delicia. O pão aqui é muito saboroso e em nada diferente do nosso.

Não tive oportunidade de comer um género de churrasco que aqui fazem na rua: o cabrité. Deve ser bom, talvez para a próxima. Quero ver se levo um pouco de jindungo que, este daqui, é que é o verdadeiro.
Já agora fica aqui este amigo que me foi apresentado. Bem giro o gajo.

Luengo

Luengo

Comi um doce deste fruto que aqui chamam Luengos, uma delícia. É parecido com os nossos abrunhos mas, o sabor, é diferente e intenso. Muito bom. A fruta aqui é um estrondo. Bem sei que temos ananás, maracujá, papaia, mamão, mangas à disposição em Portugal, mas a nível de sabor, não à comparação. Depois ainda tenho que experimentar a Múcua, a Pitanga, o Maboque que, e acreditem se quiserem não há em lado nenhum porque não é a época deles. Estranho não é. Nós que nos habituamos a ter toda a fruta o ano inteiro, sem sabor e sem qualidade.

Eis a minha primeira refeição em Benguela. E olha que estava uma delícia.  Custou 1200 Kuanzas (cerca de 10,5€). Tamanho medio, com frango, milho, azeitonas, etc. As coisas aqui, são realmente mais caras. Comprei hoje por exemplo um garrafão de água por 270 KZ, cerca de 2,20€.

Temos de ser espertos aqui e escolher bem os locais para comprar o que se precisa. Mas como estou aqui à dois dias, tenho de me aguentar à bronca.

Comprei na rua a uma vendedora ambulante

Hoje comi duas coisas: um ananás local e uns maracujás. O ananás, que eu achei uma delicia, o meu colega disse-me que vai arranjar um de Monte Belo porque aquele ainda não estava bem doce. Fiquei pasmo. Os maracujás são também uma delicia. Podem ver pela foto que tem tudo a ver com as bolinhas roxas e raquíticas que compramos em Portugal. Que diabo andamos nós a comer por lá. Chego à conclusão que não faço ideia ao que é que a fruta sabe.

Sape-Sape

Hoje fui a um mercado ao ar livre que fica a meio caminho entre Benguela e o Lobito. Havia lá Jindungo, Dem Dem e todo o tipo de fruta. Acabei por trazer mais um ananás, umas mangas e uns maracujás e comprei para experimentar um Sape-Sape. Posso vos dizer que se assemelha à anona que bem conhece-mos mas, descrevê-lo apenas assim, será uma injustiça. É muito mais saboroso e doce. Só mesmo provando. As mangas, parecem pequenitas e raquíticas mas, logo ao descascar se nota um aroma tão intenso que, nos faz pensar: que raio andei eu a comer toda a minha vida?

Aqui além de a fruta ser óptima, nem preciso ir ás compras. As compras vêm ter comigo. Há inúmeras vendedoras e vendedores ambulantes. O negócio paralelo aqui é uma realidade diária e intensa. Não digo isto com qualquer critica porque, considerando o que a maioria do povo Angolano ganha, não vejo outra solução para que possam sustentar as suas casas. Eu, por mim vou aproveitando a frutinha que me chega à porta. É boa e sempre se ajuda quem realmente precisa.
Outro sabor que tenho experimentado e, pelo que sei vai ser lançado em Portugal, são os refrigerantes Blue. Falo neles porque, estando habituado à Fanta laranja e ananás, chego aqui e vejo Blue laranja, ananás, limão, ananás-coco, framboesa e tamarindo. Hoje experimentei o de Tamarindo e digo-vos que é estranhamente delicioso. Digo estranhamente porque o tamarindo, não é propriamente uma fruta que se imagine em sumo. Mas é muito bom. Quando chegar a Portugal experimentem. Laripô.


Acabei por comprar hoje umas múcuas e, gostava de vos poder descrever o sabor que este fruto tem mas, sinceramente, não me ocorre nada como termo de comparação. Come-se seco, o interior faz lembrar uns bocados de dióspiros doces mais duros e quanto a sabor, é doce, um pouco acido mas não demasiado e, ao que me diz o Jaime, se moer e juntar água e açúcar faz um sumo espectacular e energizante. Vou experimentar.

Já agora deixo aqui o meu jantar, que apesar de ser uma mistura invulgar, estava muito bom. Mas a razão para o deixar tem a ver com as rodelas laranjas que aí vêm. Dou umas Kuanzas a quem adivinhar o que é. Não, não são cenouras grandes, nem abóbora. Desistem? É uma qualidade diferente de batata doce. Delicia. E claro acompanhado com o famoso Jindungo. E este ao que me dizem é pólvora.

Veremos...

Bem o Jindungo é picante. Mas, aparentemente, o melhor é um mais pequeno, o de Caombo.

Para já vou usando este que é bem saboroso e para não destoar da malta por aqui, fizeram-me uma Funjada com Fuba de Bombom. Não me perguntem como se faz que, não faço a mais pequena ideia. Sei que tem óleo de palma, frango, quiabos, beringela e, claro, jindungo. É uma refeição para dar energia. Ainda assim, trocava já por uma feijoadinha feita pela minha mulher. Já para não falar da saudade de morder um Big Mac. Abraços.