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Aldeia da roupa branca |
No passado domingo, na
companhia de bons amigos, resolvemos ir ao Lubango. Acordamos todos bem cedo e
fizemos-nos à estrada pelas cinco da manhã. Quando se vai para um passeio assim,
não há hipótese, ou se sai cedo ou então o melhor é ficar em casa. Mas teve as
suas benesses, vi o nascer do sol no horizonte, conseguimos ir parando
regularmente sempre que aparecia alguma paisagem mais interessante (e havia muitas),
e principalmente a viagem correu sem incidentes.
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As espatodias |
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Nas cascatas de Tundavala |
No caminho passamos por
terras, vilas e rios que valeram bem a pena parar para ver e fotografar. O
itinerário foi mais ou menos assim: a primeira localidade a surgir foi o
Catengue onde alimentámos a esperança de beber o café matinal, mas quando lá chegámos
estava ainda fechado. Continuámos então e passámos a vila de Chongoroi onde
ainda parámos para fotografar o Rio Cutembo com as suas lavadeiras a lavar a
roupa no rio (estilo Aldeia da roupa branca). Avançámos para o Município de
Quilengues e ai sim, depois de uma breve paragem pelo rio Calunga que ao que
dizem tem bastantes jacarés, encontrámos o bem-dito café. Aqui fiz mais uma
“amiga”, uma velhinha simpática e com o rosto marcado por uma vida de
sacrifício que teimava em falar comigo em umbundo e que, na hora da despedida
me deu um sorriso sincero e verdadeiro que não esquecerei tão cedo.
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Cristo rei no Lubango |
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Na Serra da Leba |
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Cascata Tundavala |
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Gafanhoto bem giro |
Lá prosseguimos, passámos
por Vitivivali, depois Cacula, Hoque e por fim chegámos a Desvio e ao mercado
de rua que lá existe. Belo local para comprar tudo o que é legumes, fruta e
carvão (ao que dizem a zona é muito boa para o carvão e compra-se uma saca por
uns 500KZ enquanto que em Benguela anda pelos 1000KZ ou 1200KZ). A oferta no
mercado é enorme: cana de açúcar, lussaque, cenoura, cebola, repolho, batata,
mandioca, alho, goiaba (vejam o separador Cores, Cheiros e Sabores). Aqui, vi
pela primeira vez, as mulheres da tribo Mumuila (vejam o separador Gentes e
Costumes). Uma delas, mui simpaticamente e depois de lhe pedir a devida
autorização, deixou-me fotografá-la (por 200KZ, claro!).
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Lodge Pululuka |
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Igreja no Lubango |
Saímos dali e entrámos mais
à frente no Município do Lubango. Passámos o Topo e chegámos à cidade. Fiquei
encantado com Lubango. A cidade é muito bonita, limpa (tirando o pó) e tal como
Benguela que tem acácias com flores vermelhas, Lubango está cheio de uma árvore
chamada Espatodia que dá uma flor alaranjada e que dá à cidade um look muito
giro. A cidade tem avenidas incríveis, é ladeada por montanhas altas onde ao
longe se pode ver o Cristo-rei (construído em 1932, senão me engano foi o
primeiro). Conheci também um professor que dá aulas numa universidade no
Lubango e encontrámo-nos com ele lá no Cristo-rei (a vista sobre a cidade é
incrível). Depois de uma conversa bastante instrutiva sobre a cidade de
Lubango, ainda nos fez a gentileza de nos mostrar o Lodge Pululuka que, meus
amigos, é um espetáculo. O meu abraço a este novo amigo, foi um prazer
conhecê-lo.
Dali ainda visitámos
Tundavala e umas magníficas cascatas que lá existem (vejam o separador Lugares)
onde no caminho vimos mais Mumuilas e seguimos então, para o Ex-Libris daquela
terra. A Serra da Leba. Não me irei adiantar muito aqui porque vou escrever
sobre a Serra no separador Lugares mas deixem que vos diga, o lugar é
espetacular e vale bem a pena a viagem. No regresso, acabámos por sair de
Lubango já um pouco tarde e acabámos por fazer boa parte da viagem de noite. A
viagem de regresso não correu muito mal, não porque a estrada não esteja em
boas condições (tirando um buraco ou outro) mas o problema são os condutores que
aqui, não fazem ideia o que é conduzir sem os máximos ligados. Muito
complicado. Mas chegámos a Benguela bem e a excursão foi um sucesso e Lubango
é, decididamente, um lugar a visitar.
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Lodge Pululuka |
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Predio no Lubango |
Abraços
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