quarta-feira, 10 de abril de 2013

Passeio a Lubango (Sá da Bandeira)



Aldeia da roupa branca

No passado domingo, na companhia de bons amigos, resolvemos ir ao Lubango. Acordamos todos bem cedo e fizemos-nos à estrada pelas cinco da manhã. Quando se vai para um passeio assim, não há hipótese, ou se sai cedo ou então o melhor é ficar em casa. Mas teve as suas benesses, vi o nascer do sol no horizonte, conseguimos ir parando regularmente sempre que aparecia alguma paisagem mais interessante (e havia muitas), e principalmente a viagem correu sem incidentes.
As espatodias
Nas cascatas de Tundavala
No caminho passamos por terras, vilas e rios que valeram bem a pena parar para ver e fotografar. O itinerário foi mais ou menos assim: a primeira localidade a surgir foi o Catengue onde alimentámos a esperança de beber o café matinal, mas quando lá chegámos estava ainda fechado. Continuámos então e passámos a vila de Chongoroi onde ainda parámos para fotografar o Rio Cutembo com as suas lavadeiras a lavar a roupa no rio (estilo Aldeia da roupa branca). Avançámos para o Município de Quilengues e ai sim, depois de uma breve paragem pelo rio Calunga que ao que dizem tem bastantes jacarés, encontrámos o bem-dito café. Aqui fiz mais uma “amiga”, uma velhinha simpática e com o rosto marcado por uma vida de sacrifício que teimava em falar comigo em umbundo e que, na hora da despedida me deu um sorriso sincero e verdadeiro que não esquecerei tão cedo.
Cristo rei no Lubango
Na Serra da Leba
Cascata Tundavala
Gafanhoto bem giro
Lá prosseguimos, passámos por Vitivivali, depois Cacula, Hoque e por fim chegámos a Desvio e ao mercado de rua que lá existe. Belo local para comprar tudo o que é legumes, fruta e carvão (ao que dizem a zona é muito boa para o carvão e compra-se uma saca por uns 500KZ enquanto que em Benguela anda pelos 1000KZ ou 1200KZ). A oferta no mercado é enorme: cana de açúcar, lussaque, cenoura, cebola, repolho, batata, mandioca, alho, goiaba (vejam o separador Cores, Cheiros e Sabores). Aqui, vi pela primeira vez, as mulheres da tribo Mumuila (vejam o separador Gentes e Costumes). Uma delas, mui simpaticamente e depois de lhe pedir a devida autorização, deixou-me fotografá-la (por 200KZ, claro!).
Lodge Pululuka
Igreja no Lubango
Saímos dali e entrámos mais à frente no Município do Lubango. Passámos o Topo e chegámos à cidade. Fiquei encantado com Lubango. A cidade é muito bonita, limpa (tirando o pó) e tal como Benguela que tem acácias com flores vermelhas, Lubango está cheio de uma árvore chamada Espatodia que dá uma flor alaranjada e que dá à cidade um look muito giro. A cidade tem avenidas incríveis, é ladeada por montanhas altas onde ao longe se pode ver o Cristo-rei (construído em 1932, senão me engano foi o primeiro). Conheci também um professor que dá aulas numa universidade no Lubango e encontrámo-nos com ele lá no Cristo-rei (a vista sobre a cidade é incrível). Depois de uma conversa bastante instrutiva sobre a cidade de Lubango, ainda nos fez a gentileza de nos mostrar o Lodge Pululuka que, meus amigos, é um espetáculo. O meu abraço a este novo amigo, foi um prazer conhecê-lo.

Dali ainda visitámos Tundavala e umas magníficas cascatas que lá existem (vejam o separador Lugares) onde no caminho vimos mais Mumuilas e seguimos então, para o Ex-Libris daquela terra. A Serra da Leba. Não me irei adiantar muito aqui porque vou escrever sobre a Serra no separador Lugares mas deixem que vos diga, o lugar é espetacular e vale bem a pena a viagem. No regresso, acabámos por sair de Lubango já um pouco tarde e acabámos por fazer boa parte da viagem de noite. A viagem de regresso não correu muito mal, não porque a estrada não esteja em boas condições (tirando um buraco ou outro) mas o problema são os condutores que aqui, não fazem ideia o que é conduzir sem os máximos ligados. Muito complicado. Mas chegámos a Benguela bem e a excursão foi um sucesso e Lubango é, decididamente, um lugar a visitar.
Lodge Pululuka
 
Predio no Lubango




Abraços

Sem comentários:

Enviar um comentário